terça-feira, 6 de novembro de 2012

Rita Lee volta aos palcos em grande estilo

Rita Lee subiu ao palco por volta das 17h50 e mostrou porque é uma das artistas mais polêmicas do rock brasileiro. Depois de cantar “Lança perfume”, a cantora ficou de costas para o público, baixou as calças e fez bundalelê para o delírio da plateia, que gritou “Rita, eu te amo”.
Quase ao final do show, depois de cantar músicas como Vírus do Amor, Saúde, As loucas, Reza, Doce vampiro e Ovelha negra, Rita ouviu os apelos do público e se pôs a falar do Mensalão. “Joaquim Barbosa poderia ser o presidente da República. Eu adoro o Brasil, a gente é um país muito louco, que é grande, mas é uma aldeia. Saí da toca só por causa de Brasília e do Green Move Festival. Nada melhor que um festival grátis, festiva l bacana.”

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Green Move Festival vai ter show de Rita Lee

"Rita lee "fará show em 4 de novembro no Green Move Festival, em Brasília, e planeja pequena turnê em 2013, com o show “Reza”. A roqueira está gerenciando sua própria carreira agora.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

REZANDO NA CARTILHA LIVRE DE RITA LEE

Coberta por expectativas e curiosidade, Rita Lee lança o primeiro álbum de composições inéditas desde 2003. No novo Reza, editado pela Biscoito Fino, Rita segue a bem sucedida parceria com Roberto de Carvalho em 14 músicas que comprovam que a pena da dupla continua afiada, moderna e cheia de surpresas. Foram nove anos longe das salas de gravação mas em contato direto com o público em shows pelo país. Em contraponto o disco foi gravado em retiro caseiro no estúdio montado pelo casal, que também somou a colaboração do produtor Apollo 9. A idéia original era lançar um álbum com releituras para clássicos do cinema, mas o repertório inédito se impôs naturalmente como prioridade adiando o anterior. O resultado é um saboroso drops de sabores variados e surpresas no caminho, mantendo a marca de Rita e Roberto. Durante as gravações Rita Lee soltou trechos de músicas em seu site, chegando a apresentar na íntegra o delicioso rock As loucas. Ali estava sua eterna história de uma mulher moderna – a música tem parentesco com Todas as mulheres do mundo e com as musas Luz del Fuego e Elvira Pagã. Disco pronto, foi a vez da faixa título virar sucesso espontâneo assim que lançada na internet. Logo chegou ao topo das paradas de rádios, no horário nobre da trilha sonora da novela e até no ranking do Itunes. Na loja virtual se estabeleceu em primeiro lugar desbancando a dominação de neo-sertanejos, ídolos teens e pops-axés. A bem vinda Reza se adiantou como um petisco do ótimo repertório inédito. Personalíssima, só Rita pode vestir a personagem do auto-escracho sem perder (jamais) a elegância. Nessa linha estão Tô um lixo e Vidinha, reclamações muito bem humoradas, além da refri-junkie Gororoba, rock básico para apreciar sem moderação. Sua eterna Carmen Miranda volta atual no eletro-baticum-tropicalista Paradise Brasil, faixa feita apenas por Rita e Roberto – da composição a execução, assim como outras ao longo do álbum. Ela se reveza em vozes, vocais, percussão, flautas e teremin; ele nas guitarras, violões, vocais e teclados de sempre mas aqui também em gaitas, programações, loops e baixos. Reza ainda abre espaço para mais ousadias. Logo na primeira faixa Rita puxa a ladainha na oração Pistis Sophia, acompanhada apenas pela percussão do lendário João Parahyba. Do orgânico ao eletrônico, no fim do álbum experimenta na instrumental Pow um interplanetário solo de seu theremin. No meio do caminho a eletrônica também veste a história da Cybernerd girl de Bixo grilo. O disco oferta mais surpresas. Se em 1993 Rita levou a sério o idioma italiano em Dami mile bacci (parceria com Carlos Rennó), agora é a vez de se divertir com o sotaque na hilária Tutti fuditti evocando um Adoniran pop sem compromisso. Hábil em brincar com o português, Rita já se mostrou a mesma aptidão com inglês e francês. Ainda desenrola línguas com desenvoltura nas rimas de Bagdá (que mistura “Tabouli esfiha kibe humus vatapá”)e no samba-rock Bamboogiewoogie, com ares de Trio Mocotó e levadas latinizadas. Na sensual e apaixonada bossa Rapaz segue a viagem “Rapaz / Se você quiser / Fugimos pro Tibet”. Criadores da linguagem pop-brasileira, Rita Lee e Roberto de Carvalho seguem numa serena vanguarda celebrando a liberdade de não se ajustar a rótulos. O repertório de Reza é forte, reserva surpresas sem deixar de lado a marca da bendita dupla criativa que mantém a tradição de se reinventar. Amém. Por Beto Feitosa publicado no site Ziriguidum em 04/05/2012.

Rita Lee mais experimental que nunca

Rita Lee é uma artista instigante. A única música do seu novo CD mais, diríamos, comercial é "Reza", que está na novela "Avenida Brasil" como tema de Cadinho (Alexandre Borges) e suas "três mulheres". A letra é forte: "Deus me proteja. Da sua inveja. Deus me defenda. Da sua macumba. Deus me salve. Da sua praga". No mais, as outras faixas trazem o estilo de "Os Mutantes". Rock in Roll na veia, exercícios vocais intrigantes e que, como a própria Rita Lee diz, "são 14 orações: cristãs, pagãs, porraloucas, mundanas, nirvânicas. Tudo gravado na garagem de casa, very rock'n roll. Há séculos não saíamos da 'rede' para gravar. Emocionante". Eu chamo atenção para música "Tutti Fuditti", da parceria Lee e Ribertio Carvalho, que embala uma falsa inocência, uma doçura aparente, mas na verdade traz uma letra dilacerante. Rita Lee é para iniciados. Em resumo, vai lá ouvir o CD: "Umberto Eco Eco. Alegro, alegro ma non treppo" por Sidney Rezende

Rita Lee & nós, tutti fuditti

Houve nove anos de hiato entre o álbum inédito anterior de Rita Lee e o novo, que está chegando às lojas agora. Demorou, mas os semideuses e os hiperplebeus tropicalistas estão em festa: Balacobaco (2003) era inspirado, e este Reza é mais ainda. A desobrigação e a ruína da indústria fonográfica fazem bem à beça à mais importante compositora popular brasileira. Permanece o truque-isca de Balacobaco: uma melodia chatinha para grudar nos ouvidos da multidão, via trilha de novela. Em Balacobaco era "Amor e Sexo", que musicava uma crônica do reacionário de plantão da Globo, Arnaldo Jabor. Desta vez é "Reza", de Rita e Roberto de Carvalho, em cartaz na atual Avenida Brasil global. Reza (o disco) é bem mais inspirador que "Reza" (a balada pop-rock), assim como Balacobaco era bem mais consistente que apenas "Amor e Sexo". A própria letra de "Reza" flagra Rita em um de seus muitos instantes brilhantes. Pertence à categoria das canções de ódio de anos recentes, nos quais vêm se esmerando ela, Caetano Veloso e Maria Bethânia. "Deus me perdoe por querer/ que Deus me livre e guarde de você", dispara a ídola em diálogo direto com um fã imaganário que não sabemos quem é (mas podemos ser, e somos, você e eu). Se em 2000 Caetano se movia contra a fé em linguagem cifrada, em "Zera a Reza", Rita é mais direta: chama um treco de reza e se põe a xingar muito no CD ("Deus me defenda da sua macumba", "Deus me imunize do seu veneno"), qual Bethânia em sua recente "Carta de Amor". Rita já explorara o veio da canção-xingo em duas das poucas canções inéditas incluídas num disco de sucessos ao vivo de 2009. "Se Manca" soltava bombinhas em religiosos ("nem vem falar de Jesus, você é pecador"), ambientalistas ("não me vem com papo ecológico, você é poluidor"), ricaços, intelectuais e outros chatos de plantão ("se manca, neném/ gente mala a gente trata com desdém"). No delicioso rockão "Tão", arremetia contra uma figura que ela jamais há de admitir, mas tem tudo a ver com Sandy Leah: "Tão boazinha/ tão certinha/ tão discreta/ tão correta/ tão modesta/ tão honesta/ tão decente/ tão boa gente/ tão cordata/ tão sensata/ tão, tão, tão, tão.../chata, chata!". Dinamite pop pura, à altura da Rita mutante, da Rita tutti-frutti ou da Rita roberta-de-carvalha. Reza tem várias variáveis de canções-xingos. Em "As Loucas", ela segue outra de suas bandeiras de sempre, a feminista, e investe contra a hipocrisia macha-machista-misógina: "Eles amam as loucas/ mas casam com outras" (com as chatas de "Tão", provavelmente). Em "Paradise Brasil", pressiona de leve a veia política (também reacionária) que a atormenta, num beliscão sutil ao país natal, visto por ela, para variar, como paraíso tropical-tropicalista habitados por carmens mirandas, bananas e tucanos (esses a letra não cita). Mas a melhor verve da Rita 2012, e aqui ela vence de lavada os manos Caetano e Bethânia, é a da canção de autoxingo. Dona Lee é mestre em se autoavacalhar, daquele jeito que faria Eduardo Dussek, daquele modo inteligentíssimo que critica você e eu parecendo que está esculhambando apenas a si. "Divagando", "Vidinha" e "Tô um Lixo" são as obras-primas de Reza nessa vertente. "Divagando/ devagar/ quase parando/ de pensar", glosa o mote-mantra da primeira. "Faço terapia/ malho todo dia/ pratico ioga/ não uso mais droga/ tomo ansiolítico/ em estado crítico/ na crise de pânico/ propofol orgânico", reforça a segunda, entregando as agruras de estar às portas da "melhor idade" (dona Rita tem 64). E o refrão explode: "Vidinha besta/ vidinha furreca/ vidinha chinfrim/ ô vidinha de merda". Se a vida dela, que é pop star, é assim, imagina a nossa. "Tô um Lixo" é outro primor de autoavacalhação: "Parei de fumar/ parei de beber/ parei de jogar/ parei de ser aquele ser cafajeste/ aquela peste/ nem banho tomo mais/ trabalho tanto faz/ a cabeça tá um jazz/ eu vivo pelos cantos feito bicho/ eu tô um lixo". Trata-se de reclamol azedo tipicamente paulista (até nessa linha Rita é a nossa maior compositora em atividade via São Paulo — inclua mulheres e homens). O queixume, no entanto, é atenuado pela agridoçura da melodia, vibrante e tipicamente bubble gum. Uma quarta faixa expõe, de modo camuflado, o instinto autodepreciativo de Rita Lee. "Bamboogiewoogie" faz espelho com "Paradise Brasil" no papel de manifesto sempre-tropicalista, que Rita, como Caetano, nunca esquece de sublinhar. Eletrônico como quase tudo no disco, o arranjo faz lembrar um baião pós-tropicalista, um afago da paulistana profissional no pernambucanismo centenário de Luiz Gonzaga — bem mais antenado com 2012 que a dance-house de "Paradise Brasil". De novo, Rita repete chavões da "tropicania" tropicalista, inaugurando neologismos trôpegos como "tupinikingkong", "babalorixamego", "bamboogiewoogie" — o universal & o local, o Brasil & o mundo, o som universal, todas aquelas mumunhas antropofágico-modernistas-tropicalistas. Só que há ali um refrãozinho, o mais confessional do CD, na mais inspirada de suas faixas: "Eu I love you, mas você não love me eu". A compositora costuma reclamar que paulistanos e corintianos não gostam dela — que, por sinal, é paulistana e corintiana, logo... Dois versos antes do refrão, já entregou de bandeja a relação com o Rio de Janeiro: "Copacabana me engana que eu gosto". Pensemos em "eu I love you, mas você não love me eu" como queixa direcionada não a uma pessoa, mas a uma cidade (São Paulo?), um estado (Rio?), um país (Brasil). "Voy a me matar, atirar-me da ponte, se não me quieras", dramatiza em portunhol ao final, com voz de pândega em chantagem emocional bem paulista embutida na eterna rixa autofágica da tropicália com o Brasil. Mesmo considerando que Rita sempre foi muito mais leve na brasilfobia que seus herdeiros da geração pop-roqueira dos anos 1980, a tensão perene resiste: afinal, quem não gosta de quem nessa joça? Se há resposta para isso em Reza, está em "Bamboogiewoogie", em "Paradise Brasil" e nas faixas que são a especialidade de Rita & Roberto, as gomas de mascar transnacionais com letras feitas de trocadilhos aparentemente bobos: "Gororoba", "Bagdá", "Tutti Fuditti". "Gororoba" cobiça a cultura pop norte-americana (é uma canção-"merchan" perversa, um tributo cafajeste à Coca-Cola), mas comunica-se diretamente com o "seu garçom, faça o favor de me trazer depressa uma boa média que não seja requentada" de "Conversa de Botequim" (1935), do carioquíssimo Noel Rosa. Muito já se disse que o pop de Rita & Roberto era um modo excêntrico de fazer marchinha carnavalesca, samba ou coisa parecida, e é por aí mesmo que a barca corre. "Bagdá" brinca com termos sonoros derivados da cultura árabe. E joga um "vatapá" entre tabules, esfirras, quibes e húmus. O próprio Caetano parece gostar da semelhança física com Bin Laden — citado explicitamente em "Bagdá", entre (Salvador d')Ali Babá e Saddam Hussein. Quem ousaria citar simpaticamente tais vilões mundiais numa letra pop? Rita Lee ousaria — ela, que em 1976, em "Arrombou a Festa", foi a única a furar um cerco de concreto armado e citar nominalmente o então já proscrito Wilson Simonal. Em "Tutti Fuditti", por fim, a brincadeira é com termos italianos (e nem à distância passa por citar seu grupo setentista-feminista, o Tutti Frutti, como se pode a princípio deduzir). "Siamo tutti fuditti/ maledetto mondo cane/ voglio a mangiare dinamite, dinamite, dinamite", ela pipoca, em versos que, pensando bem, são autoesculhambativos ("maledetto mondo cane", "alegro ma non treppo") e chantagistas emocionais paulistanos profissionais ("voglio mangiare dinamite"). O arranjo de"Tutti Fuditti" lembra de perto a Rita Pavone de "Datemi un Martello" (1964) e, por intermédio dela, o iê-iê-iê praticado nos anos 1960 a partir de São Paulo, Celly Campello, Os Incríveis, Wanderléa e que tais. Ainda que seja por vieses estadunidenses, árabes, italianos ou punk-roqueiros, Rita Lee é paulistanidade pura, entre gostosos e amorosos e sofisticados tratamentos musicais. Deixa de manha, dona irRita, a gente também te ama - que discaço, o seu novo. Por Pedro Alexandre Sanches

Rita Lee

A Justiça de Sergipe enviou uma carta precatória à Comarca de São Paulo para que a cantora Rita Lee defina em um prazo de 10 dias se vai acatar ou não o acordo proposto pelo Ministério Público de Sergipe. A promotoria quer que a artista preste serviços comunitários por três meses e doe o cachê de R$ 115 mil, que recebeu pelo show, para o fundo municipal para Criança e Adolescente do município da Barra dos Coqueiros. O processo é por causa de uma confusão durante um show da cantora realizado no dia 28 de janeiro em Sergipe, quando ela teria desacatado autoridades e feito apologia ao consumo de drogas.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Em ‘Tô um Lixo’, terceira faixa do álbum ‘Reza’ — primeiro de inéditas em nove anos —, Rita Lee canta: “Parei de fumar/ Parei de beber/ Parei de jogar/”. Duas músicas depois, ainda em tom confessional, ela prossegue assim em ‘Vidinha’: “Não uso mais droga/ Tomo ansiolítico/ Em estado crítico/ Na crise de pânico”. Para um ouvinte desavisado, pode até parecer que a cantora está numa pior, mas, segundo a ruiva, não passam de boatos. “Mas por que vocês acham que toda a letra é autobiográfica? Já vivi muita tarja preta nessa vida, mas hoje só sou viciada em Coca-Cola. ‘Vidinha’ foi inspirada num amigo meu que acha tudo uma m... ‘Tô um Lixo’ é sobre uma perua que vi no dentista”, explica a Rainha do Rock, que, como de costume, volta a ocupar o topo das paradas. O novo álbum, construído na “garagem” de sua casa, com o eterno parceiro Roberto de Carvalho, chegou à primeira posição no iTunes essa semana. “Somos uma dupla há 36 anos. O que um toca o outro dança. Um mete a colher no caldeirão do outro”, brinca ela, sem revelar de quem é o toque de Midas. Dessa vez, além de colaborar em quase todas as 14 faixas, Roberto também fez a arte do CD. “ Sempre gostei de fotografia. Fiz várias versões de capa. Minha escolhida era uma de rosto inteiro, mas ela não queria capa carão”, diz o multi-instrumentista.‘Reza’, segundo Roberto, tem todos os elementos de um disco pop. “Gostamos de rock, MPB, eletrônica e bossa-nova. Só um imbecil não sabe que atirar em muitos lados faz parte da dinâmica”, defende ele. Um desses tiros acerta na psicodelia dos Mutantes. Em ‘Pow’, Rita toca o theremim, que emite sons a partir da proximidade dos dedos. “Tudo que faço de bom dizem que tem cara de Mutantes e o que julgam ruim tem a minha cara. Modéstia à parte, depois de minha saída do trio, a coisa daquele lado ficou meio devagar”, debocha ela, que anda meio preguiçosa. “Para fazer show a essa altura, eu teria que treinar com Anderson Silva”, diz. Mas ‘Reza’ não merece um registro? “Gravações só no conforto da minha garagem cheirosa”, avisa a doce aposentada. - O Dia -
Dona Rita, em foto-divulgação de "Reza", feita pelo marido-parceiro Roberto de Carvalho

sábado, 21 de abril de 2012

Rita Lee volta com álbum cheio de ironia autodestrutiva

Ao colocar o topo de sua cabeça vermelha para fora da toca, Rita Lee causa correria. Sua decisão em não receber jornalistas para entrevistas é antiga. Faz tudo por e-mail como uma espécie de autocontrole do que diz e do que será publicado. Sua decisão em não fazer mais shows é recente. Diz em tom pouco convincente que quer vagabundear depois de 47 anos, a não ser que peçam por sua volta “com jeitinho”. Sua fala aos jornais tem uma razão clara: divulgar seu disco Reza, um álbum de 14 inéditas que reveza forte pegada rock and roll com faixas de programações eletrônicas. Um feito de cinismos autodestrutivos que Rita não usa só nas músicas. Tanta ironia, reconhece, lhe serve também de proteção. Há algo biográfico em músicas novas como Vidinha (“Tomo ansiolítico em estado crítico, na crise de pânico, Propofol orgânico”)? Ou em Tô um Lixo (“Nem banho tomo mais, dinheiro tanto faz, a cabeça tá um jazz, eu vivo pelos cantos feito bicho, eu tô um lixo”)? Vidinha tem um pé no biográfico humano, não vamos brigar por um detalhe no bolo, sou ghost writer de mim mesma, nessas músicas faço papel da Mulher Esgoto. Apesar de estar com tudo em cima (tô bonitinha sim, nem vem), tenho uma queda pela autodepreciação, uma queda por achar que minha vida sempre foi besta mesmo. Fala sério quando pede proteção em músicas como Reza (“Deus me acompanhe, Deus me ampare, Deus me levante, Deus me dê força”)? E não valem tiradinhas sarcásticas... Bicho, que atire a primeira pedra quem não precisa de proteção. Oh céus, posso saber porque me proíbes das tiradinhas sarcásticas? Queres me cortar as asinhas, justo eu, uma anja que neste exato momento opero o milagre de dar entrevistas... Tá bom, eu paro. Seu jeito de escrever músicas e e-mails parece desviar para o mesmo balde tudo o que pode atingi-la se levado a sério. Esse riso aí virou escudo? Agora me pegastes direitinho... Este ‘desvio’ a que se refere chama-se jiu-jítsu defensivo. Todo mundo mente em entrevistas. É sabido que sou a boba da corte e Maria Bethânia, a rainha. Se tu preferes, sei mentir a sério feito um bom político. Tá bom, eu paro. Quando eu morrer dirás que eu era bacana. E a decisão de nunca mais aparecer em entrevistas ‘ao vivo’ a protege do quê? E eu lá sou mulher de sair de cena com o rabo entre as pernas, Julio Maria? Proteção só a divina, haja naja humana por aí. Mas tu és ateu, creio eu. Deus não precisa que acreditemos nele, nossa raça é arrogante, enfiou na cabeça que é a imagem e semelhança do cara, ele não deve gostar muito disso. Rita, por que afinal decidiu não fazer mais shows? (Foi o que ela anunciou em janeiro) Foram 47 anos non stop na estrada, mereço vagabundar, você não acha? Seu público não merece ao menos um último show que não aquele que acabou na delegacia? (Em janeiro ela foi detida depois de xingar os policiais em Sergipe) Ora ora, não poderia ter sido um final mais roquenrou!!! Esta pergunta é a mais bonitinha. Se você pedir com jeitinho, um beijinho, tô fazendo showzinho, amorzinho. Seu marido Roberto de Carvalho não é injustiçado por aparecer menos do que deveria quando vocês lançam um disco? A verdade é que 70% do trabalho quem faz é o Roberto. O cara simplesmente prefere ficar nos bastidores, eu entendo. Lembra quando seus tios jornalistas diziam que ele não passava de um malandro espertinho e eu a bonitinha otária? Estamos casados há 36 anos. Se aqueles seus tios ainda estiverem vivos, faz um favor pra mim? Manda eles se Fo... Há pouco tempo você dizia que não ouvia mais músicas. Eu menti. Pelo que, ou contra o que, as pessoas devem rezar mais? Não se reza contra, meu filho, rezamos sempre a favor. Estou escrevendo um manual de pragas contra inimigos. Se virar música, vai se chamar Plim! Vire Bosta. Fonte: O Estado de São Paulo

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Rainha esta com Tudo !!!!!!

Rita Lee: “Alguém imaginou que iria me ver no salto de novo? Grande roqueira e uma das mais importantes artistas do Brasil, Rita Lee lança disco novo, atinge o topo da parada com a música "Reza" e sai da toca para uma sessão fotográfica especial para QUEM. “Não fazia isso há séculos!” Revista Quem; Fotos: Paulo Vainer Rita Lee é uma mulher rara. Ao mesmo tempo em que é uma das mais completas estrelas do rock brasileiro e não sai das paradas desde o fim dos anos 60, é a mais reclusa. Não é fã de badalações ou entrevistas. Sessões fotográficas, então, mais difícil ainda. E, rara que só ela, Rita topou posar para QUEM como não se via há anos: em uma sessão de fotos de moda. “Não fazia isso há séculos! Gosto de figurino, moda, fantasia. São prazeres para mim. Sempre me preocupei com isso em shows”, diz ela, que já teve dias de modelo no início dos anos 70, quando participou dos eventos de moda patrocinados pela Rhodia na Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit). “Era uma delícia. Eles produziam shows, teatro e tinha desfile no meio”, conta a cantora, que foi a protagonista de um musical, Nhô Look, que misturava moda e música. Os anos se passaram, mas o corpinho continua o mesmo: na sessão de fotos para QUEM, Rita, 64 anos, vestiu criações feitas para corpos de modelos de passarela. E os visuais traduzem a roqueira, uma vez que as coleções do inverno 2012 estão cheias de influências pop dos anos 70. “O que eu mais gostei foi o macacão. É lindo! E tem uma coisa de anos 70 e 80, quando usei muito macacão. Até na capa do disco da música Lança Perfume (1980) eu estou vestindo um”, relembra Rita, que ainda brincou com o fato de colocar salto alto para as fotos. “Alguém imaginou que iria me ver no salto de novo? Acho que não usava desde os anos 80. Estava despreparada. Mas dá outra postura, fica mais bonito.” NOVA MÚSICA Com ou sem salto, a roqueira continua no topo. Ela acaba de lançar "Reza", música em que pede “Deus me acompanhe/Deus me ampare/Deus me levante/Deus me dê força/Deus me perdoe por querer/Que Deus me livre e guarde de você” e que está em primeiro lugar de vendas no iTunes brasileiro. A canção não para de tocar nas rádios e na novela Avenida Brasil, da qual faz parte da trilha sonora, e vai ganhar um clipe em breve. E o disco, que tem o mesmo nome, Reza, estará disponível no iTunes a partir de terça-feira (24). O CD, lançado pela Biscoito Fino, chega às lojas logo depois. “Esse disco eu gostei de gravar. Foi na garagem, no estúdio de casa. Um conforto que nunca tivemos. A gente gravava um instrumento, uma voz e dava um mergulho na piscina... Mas não esperava que a música seria tão bem aceita. Então, fico pensando que as pessoas precisam de proteção, não é? Sabe que já teve até milagre? Escreveram para a gente dizendo que precisavam passar em um teste e ficaram ouvindo a música. E deu certo”, conta, aos risos. O álbum foi todo feito com o eterno parceiro e marido, Roberto de Carvalho, que namora (como ela mesma prefere dizer) desde meados dos anos 70. “Eu e Roberto fizemos o disco por puro prazer! A gente demorou dez anos (o último álbum de inéditas foi Balacobaco, de 2003). O casal ficou na rede esse tempo todo, só aproveitando. Compomos sempre, mas não gravamos por um bom tempo. Aí, resolvemos gravar. Foi um ano para acertar tudo, produzir”, diz, mexendo nos cabelos cor de fogo. BIPOLARIDADE O vermelhão dos fios, característico de Rita, pode estar com os dias contados: “Tenho um projeto antigo de parar de pintar o cabelo. Essa tinta vermelha estraga os fios. Usei hena a vida inteira. Mas, depois que o cabelo ficou branco, não pega mais. E a tinta é punk. Uma menstruação. Entro na piscina, sai um rastro vermelho. Tem dias que decido: vou parar. Mas depois volto atrás.” Entre uma foto e outra, Rita checava os recados dos fãs no Twitter. Uma das artistas mais assíduas no microblog, ela garante que o site é uma espécie de terapia para ela. “É a twitterapia mesmo”, afirma Rita, que no mesmo dia tinha criado um novo apelido para si mesma, “mulher lithium”, em referência ao lítio, que é usado entre outras coisas no controle do transtorno bipolar. “Descobri isso faz pouco tempo. Tive a vida inteira essa situação de oscilar entre euforia e depressão. Eu sinto que aconteceram situações de estresse emocional em minha vida e não tinha orientação nenhuma. Quando o médico diagnosticou a bipolaridade, eu fiquei tranquila. Falei: ‘Finalmente alguém me disse o que eu sou’. As peças encaixam. Pode ser uma coisa muito solitária. Tanto na euforia, quanto na depressão. E a twitterapia me deixa com amiguinhos, é uma companhia”, afirma ela, que está tendo acompanhamento médico. “Desde criança tenho esse lado. Tinha uns picos de loucura. Então, é bom os pais ficarem de olho: às vezes, uma criança é muito agitada e com períodos de baixa, que você não sabe o que é. E, por não saber o que tinha, minha vida foi cheia de altos e baixos. Se não era a própria vida, era eu mesma quem causava os altos e baixos”, diz. Rita tranquiliza os fãs, que se preocuparam desde o anúncio do seu afastamento dos palcos (“Mas nunca da música”, frisa), divulgado no começo do ano. “Está tudo bem. Estou em um momento sereno. Estava na hora de parar com os shows. Nem que seja por um bom período sabático. Eu tinha que me dar um tempo. Mas estou gravando, estou por aí.”

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Depois de 9 anos, Rita Lee está de volta com projeto de inéditas. Produzido por Roberto de Carvalho, o álbum traz 14 faixas, sendo 10 delas fruto da parceria de sucesso de Rita e Roberto, que já dura 35 anos. O primeiro single (Reza) título do CD entrou com força total nas FMs de todo Brasil e faz parte da trilha da novela Avenida Brasil. Rita, que declarou recentemente estar se aposentando dos palcos, fala de amor, de terapias, de mau olhado, das mazelas dos tempos modernos, sempre pela lente especial da artista. “Reza” é um disco pop, repleto de sucessos em potencial, como “Tô um lixo”, “Vidinha”, “Rapaz” e “Pistis Sophia”, entre outras. Faixas do CD: 1. Pistis Sophia 2. Reza 3. Tô Um Lixo 4. Divagando 5. Vidinha 6. As Loucas 7. Bixo Grilo 8. Paradise Brasil 9. Rapaz 10. Bagdá 11. Tutti-Fuditti 12. Gororoba 13. Bamboogiewoogie 14. Pow

terça-feira, 20 de março de 2012


"Reza", do disco de mesmo nome que será lançado em abril, é a canção mais vendida do iTunes na categoria MPB

Rita Lee, que lançou sua nova música, "Reza", no iTunes, atingiu o primeiro lugar entre as mais vendidas na categoria MPB na quinta-feira (15).

"Reza" também está entre entre as mais vendidas de todo o iTunes Brasil. Ela aparece em nono lugar, na frente de sucessos como "Moves Like Jagger", do Maroon 5, e Set Fire To The Rain", de Adele.

A música, de Rita e marido e do parceiro Roberto de Carvalho, estará no CD que também tem o nome de "Reza", que tem previsão de lançamento para o dia 13 de abril.

CD RITA LEE - SANTA RITA DE SAMPA (1997)
UNIVERSAL MUSIC
Santa Rita de Sampa



Em primeiro lugar, deve-se parabenizá-la pelo acabamento do disco: fino e de incontestável bom gosto. As fotos, em preto, branco e tons de rosa, estão belíssimas! O surrealismo de alguns takes produzem agradável contraste com a aparente sobriedade. Entretanto, o que salta à vista, no encarte, é o fato de Mrs. Lee e de Mr. Carvalho haverem bebido das águas da fonte da enterna juventude — são eles os verdadeiros homem e mulher vinho!



Mas Santa Rita de Sampa não é apenas mera composição de detalhes. É um todo: coeso e vibrante.

"Normal em Curitiba" é um clássico antes de sê-lo. Foi a música que mais ouvi e, ao acionar o CD, é aquela que mais aguardo (quando não vou diretamente a ela). Rita Lee é a nossa melhor compositora de rocks básicos e fortes. Não se vê nada parecido na sua geração, e nem nas seguintes. E quanto ao título? A que se refere? É certo afirmar que faz alusão aos eternos "anormais" curitibanos (leia-se Dalton Trevisan, Wilson Martins e Paulo Leminski)?

"O Que Você Quer" me fez lembrar de "Gente", de Raul Seixas; afinal "gente nasceu pra querer". Rita, no entanto, fez do querer algo mais bonito e mais elaborado. Raul compôs uma música menor, onde inseriu — apenas uma — de suas observações geniais. Rita Lee desdobrou a coisa e fê-la mais rica, visto que mostrou-a de várias maneiras: "Bêbado, você quer / Em perigo, você quer... No inferno, ainda quer... Velho, você continua querendo." Fora que a batida do violão faz do conjunto, letra e música, um convite ao irresistível; carrega aquele gosto de liberdade hippie, da histórica "Perto do Fogo".

A participação de Guinga em "Tum Tum" é um must. Madame Lee, sabiamente, escreveu versos que completam e que ressoam na música, sem ter de dizer necessariamente alguma coisa. Abriu espaço para o mestre e seu violão de veludo, ressaltando a melodia que é de uma doçura quase lúdica.

"Homem Vinho" é um poema; composto em uma de suas fases de maior inspiração: "Homem vinho / O tempo te lapida... Tua fina estampa / De Sampa o mais completo tradutor... Sangue de bamba / Pano pra manga... Carma de mestre / Cabra da peste... Leitmotiv como ninguém." Sem (ou por) querer, Rita fala também de si mesma.

"Santa Rita de Sampa" — a música — é a cara da autora; e não é. É como ver Villalobos e Pelé, falando de si mesmos na terceira pessoa do singular. Dos malucos sois, ó Rita, realmente, a beleza. Pelo que percebi, não participas do coro de admiradores da Paglia — interessante como fenômeno; nem tanto pelo que diz. "Desvairada da Paulicéia" (na letra) alude a Mário de Andrade, antecipando toda essa história de cartas reveladoras — que o trouxe de volta à ribalta. Já o instrumental, entre pesado e baladeiro, segue em equilíbrio — harmonioso, e inatingível para os não veteranos do Rock.

"Fruta Madura" canta o amor soberano, que a tudo supera e que para o além atravessa. É a lição dos Lee de Carvalho em tão difícil matéria: relacionamento humano. Tem também o seu quê de clássico ritalístico; bem ao estilo do memorável álbum "Lança Perfume".

"Obrigado Não" é a voz da experiência falando; é a reflexão sobre o que foi e o que será do/no Brasil. E é, por que não dizer, uma tremenda de uma festa. Energia bruta, sinceridade mordaz.

"Longe Daqui, Aqui Mesmo" traz o frescor dos dias de sol e de céu azulzinho. Tem em si a leveza e o colorido das coisas naturais; faz apologia à insuperável interação homem/natureza, muito antes da tecnologia, do urbanismo, da modernidade e da artificialidade — e muito depois também. A percursão e o "autoharp" dão-lhe o tom e o brilho. Parece ser, de algum modo, aparentada de "Pega Rapaz".

"Ando Jururu" é, da mesma maneira que "Homem Vinho", uma homenagem ao contrário: a homenageada de outrora rende homenagem àqueles que a homenagearam naquele então. Assim como "Homem Vinho" se refere a Caetano, que se refere a Rita em "Sampa", "Ando Jururu" remete ao rock dos Raimundos, que remete à rebeldia explosiva e descabida dos legendários Mutantes. A letra prega a simplicidade despojada, punk — que aposta no lema do it yourself, e não em background ou know-how. Existe algo mais verdadeiro, no cerne do Rock’n’roll, do que "shoobeedodaudau"?

"Jardim de Allah" é mais um jogo de palavras do que uma música, convencionalmente falando. Volta a impagável Rita de "Se o rosto da Elisabeth Arden, o que é que a Helena Rubenstein a ver com isso?" Descubra por si só o duplo sentido (às vezes não tão evidente) de: "Dízimo com quem andas / E eu te direi quem és", "A César o que é de Deus / Adeus mundo cruel", "Mata Hare Krishma espionando / Testemunhas de Yemanjá", "Haja Guerra Santa para tanta paz" e por aí vai... E o refrão? Alude à castradora Bobbit? ("Dalila cortou os cabelos do pau de Sansão.")

De "Dona Doida" é difícil separar o caráter televisivo, global, até porque Dona Rita flertou (e continua flertando) com o gênero melhor do que ninguém. Seus temas de novela, à diferença do que geralmente acontece, não se esgotam com o fim da trama. Permanecem atuais, modernos. O embalo circense e a mneumônica de "sete e sete são cartoze, com mais sete vinte e um" estão impregnados de infância e dos tempos de colégio.

"Menino de Braçanã" começa e segue com a habílissima levada de Roberto de Carvalho. Reside aí a inventividade da dupla: Roberto dosa as cordas de acordo com a necessidade de Rita, e Rita, por sua vez, espalha a voz conforme lhe permite a viola de Roberto. É inegável o clima de adeus, que permeia a canção "É tarde, já vou indo... Se eu demoro, mamãezinha tá a me esperar..." A isto sobrepõe-se a imagem da moça ingênua (nostalgia de Rita, que nunca o foi e) que, partindo, diz: "Tá doido moço, num faço isso não... ando com Jesus Cristo no meu coração."

Quem carrega consigo tais doses de fertilidade e de vitalidade não teme mesmo a escuridão.

Bendita Rita, um brinde à vossa luz!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Curiosidades musicais


Roberta Miranda,é a quinta cantora brasileira que mais vendeu discos, com 14,2 milhões de cópias, perdendo para Rita Lee (55 milhões), a apresentadora Xuxa, que tem os discos mais voltados ao público infanto-juvenil (33 milhões), Maria Bethânia (26 milhões) e Gretchen (15 milhões). Entre seus maiores sucessos estão Majestade O Sabiá, Pimenta Malagueta, Vá Com Deus e Sol da Minha Vida. Esta última, do disco homônimo lançado no início da década de 1990, foi um sucesso radiofônico e de vendagem, cerca de 750 mil cópias.


Mas é Rita Lee a cantora que mais vendeu discos até hoje no Brasil:55 milhões


Dica músical da nossa Rainha do rock Rita Lee é este disco de 1976


Com A Boca No Mundo
Rita Lee
Quantas vezes eles vão me perguntar
Se eu não faço nada a não ser cantar,
Quantas vezes, eles vão me responder
Que não há saída a não ser morrer!

Isso não tem mais jeito
Foi tudo dito e feito
Agora não é tempo
Da gente se esconder

Tenho mais é que botar a boca no mundo
Como faz o tico-tico quando quer comer
Essa fome é vontade de viver
Chamar atenção pra você me ver!

Em pleno movimento
Meu corpo é um instrumento
Eu sopro aos sete ventos
Pra você me escutar
Pra você me ver
Pra me ouvir falar
Disso tudo
Essa melodia não acaba
Quando eu resolver parar de cantar!

Single Reza adianta novo CD de Rita Lee


Depois de ser lançada na internet, a música Reza, de Rita Lee e Roberto de Carvalho, já está nas rádios de todo país.

Na última semana foi a mais tocada na programação da carioca MPBFM. No Youtube em menos de um mês já ultrapassou 80 mil acessos.

O single também está à venda na loja virtual Itunes, adiantando o lançamento do CD que está programado para o dia 13 de abril

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

http://nossasantaritadorock.blogspot.com/2010_11_01_archive.html

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Rita Lee e Fernando Meirelles caem no samba


Jornal do Brasil
Anna Ramalho


Tem cineasta e roqueira no samba

Fernando Meirelles vai pisar, pela primeira vez, numa passarela do samba.

O cineasta, que assinou os sucessos "Cidade de Deus" e "Ensaio sobre a Cegueira", desfilará pela escola de samba paulistana Águia de Ouro, no Anhembi, no sábado de Carnaval.

A agremiação homenageia o movimento musical Tropicália, que tem entre seus expoentes Gilberto Gil e Caetano Veloso. Quem também vai reverenciar os cantores é a roqueira Rita Lee, que já confirmou presença num carro alegórico da escola.

Rio - Rita Lee saiu de cena, tendo feito seu último show em Aracaju, mas seu público não vai ter tempo de sentir saudade da artista. Em abril, a ‘Ovelha Negra’ lança ‘Radar’, seu primeiro disco de inéditas em nove anos. A julgar pelas duas faixas já disponibilizadas para audição na Internet, os rocks ‘As Loucas’ e ‘Reza’, ‘Radar’ aponta para um disco de apelo pop, no estilo do anterior, ‘Balacobaco’ (2003). As duas músicas são de Rita com Roberto de Carvalho.Produzido por Roberto de Carvalho com Apollo 9, o CD já se chamou ‘Reza’, ‘Macumbinha’ e ‘Zzyzx’ antes de ter o título definitivo, ‘Radar’, revelado pela gravadora Biscoito Fino na última sexta-feira. O disco conta com a participação de Iggor Cavalera, ex-baterista do grupo mineiro Sepultura, nas faixas ‘Tô um Lixo’ e ‘Vidinha Besta’.
A safra autoral de ‘Radar’ é essencialmente inédita. Rita apresenta temas como ‘Siamo Tutti Fuditti’ — faixa em homenagem à cantora italiana Rita , embora o título remeta ao nome do grupo Tutti Frutti, com o qual Lee tocou nos anos 70 — e‘Estranho Animal’. Após ‘Radar’, Rita finalizará CD com regravações de músicas de filmes.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rita Lee critica ação policial durante show


Redação do DIARIO DE PERNAMBUCO.COM.BR

A carreira da cantora Rita Lee sempre foi abastecida de polêmicas e sua aposentadoria nos palcos não poderia ser diferente. No último sábado, cinco dias após declarar que não faria mais shows, a “tia” do rock brasileiro cumpriu seu último compromisso, durante o Festival de Verão Sergipe 2012, tocando para um público de 20 mil pessoas, mas acabou detida por policiais após a apresentação. “A sensatez falou mais alto no momento, por isso a polícia não parou o show”, chegou a afirmar o tenente-coronel Adolfo Menezes, responsável pela segurança no local.

Durante a noite, Rita afirmou ter visto alguns membros de seu fã-clube serem vítimas de ações agressivas por parte da polícia. Depois de dizer que não queria o policiamento em sua derradeira apresentação, completou: “Vocês são legais, vão lá fumar um baseadinho”. Quando os homens se postaram diante dela, formando um cordão de segurança, a roqueira afirmou não ter medo deles, relembrou os tempos de ditadura e xingou os policiais militares de cavalos e cachorros, usando também palavras de baixo calão. O governador Marcelo Déda (PT), que estava na plateia, afirmou ter testemunhado um “espetáculo deprimente” e destacou que os PMs não agiram de forma que justificasse a atitude da cantora.

Assim que desceu do palco, Rita Lee, 64 anos, foi levada a uma delegacia de Aracaju, e postou diversos protestos em sua página do Twitter: “A polícia não gosta de mim, mas Sergipe gosta”, escreveu. Na mensagem seguinte, chamou a polícia de “abusiva e abusada”, destacando que não tinha obrigação de ir à delegacia. Pouco depois, escreveu que não havia embasamento legal para a prisão e que não retirava nada do que havia declarado.

Ao chegar à delegacia, Rita teve o apoio da vereadora de Maceió Heloísa Helena (PSol), que assistiu à apresentação e assinou o boletim de ocorrência a seu favor. “Solta graças à vereadora Heloísa Helena, que estava na plateia e prestou idêntica versão”, publicou ontem em seu Twitter, três horas após a última manifestação, indicando que o imbróglio estava resolvido. Segundo o documento policial, a artista teria sido detida por desacato e apologia ao crime (artigo 287 do Código Penal).

Emoção - Rita Lee disse ao delegado da Polícia Civil Leoginis Corrêa, em depoimento, que agiu por emoção. De acordo com informações da Delegacia Plantonista de Aracaju, o delegado de plantão no evento, logo depois do show, intimou a cantora a prestar esclarecimentos à Corregedoria da Polícia Militar, às 9h de ontem, dia seguinte ao evento. Ela se recusou. Diante da recusa, Rita Lee foi levada para a delegacia. Durante o depoimento, afirmou que “todo o ocorrido se deu como uma reação emocional, provocada pela ação truculenta desnecessária” dos PMs.

De imediato, o assunto começou a repercutir nas redes sociais. As opiniões se dividiam entre defender Rita de uma ação policial exagerada e acusá-la de tentar causar desordem. Os artistas também se manifestaram sobre o caso. Pelo Twitter, o músico Lobão lamentou: “Era só o que faltava. Prender a Ritinha é de última”.

Houve também repercussão internacional. O diário argentino Clarín destacou, em sua página na internet, que a “rainha do rock” brasileiro foi detida no último show de sua carreira por insultar a polícia e chamar os agentes para fumar “um cigarro de maconha”.

Rita Lee vai desfilar no carnaval pela primeira vez


Pela primeira vez, Rita Lee aceitou um convite para desfilar no carnaval. A roqueira será uma das homenageadas pela escola de samba paulistana Águia de Ouro, que nesse ano tem o movimento tropicalista como tema. "Vou apoiar a Águia de Ouro... Tropicalidades no poder, carro alegórico com os 'mano' e as 'mina' que me ensinaram o Brasil", disse em seu Twitter.

Ao lado de Rita estarão outros integrantes da Tropicália, movimento cultural do final da década de 60, como Caetano Veloso e Tom Zé.

A despedida de Rita Lee
por Paulo Moreira Leite

Se o show em Sergipe foi mesmo a despedida de Rita Lee – torço para que ela mude de ideia algumas vezes — eu queria dizer que foi uma cena final à altura dos melhores momentos do rock. Ela está de parabéns.

Vamos combinar: roqueiros bem comportados, que só dizem aquilo que combinaram com a turma do marketing e cometem gestos de rebeldia simulada que não arranham nem incomodam ninguém são insuportáveis.

Os marqueteiros querem transformar roqueiros em monges. O pior é que muitos se submetem. Não aguento, por exemplo, o jeito bom moço de Bono, que vem ao Brasil dizer como é que o governo deve cuidar dos pobres. Ou as inquietações sociais de Madonna com a infância carente, a ponto de querer visitar uma escola pública. Ou aqueles tantos contestadores de butique.

Não tenho a menor condição de julgar se Rita Lee estava certa ou errada na confusão sergipana.

Mas lembro que os roqueiros não precisam estar certos para ter razão. Às vezes, eles falam coisas certas mesmo por gestos errados.

Lembro dos sucessivos escândalos de Beatles e Rolling Stones, muitos deles inconvenientes, tortos, que ajudaram a mostrar o provincianismo da sociedade daquele tempo. Não dá para esquecer a perseguição sofrida por roqueiros solidários com a juventude que resistia a Guerra do Vietnã. Lembro de Serge Gainsborough, que não era roqueiro mas tinha o espírito. Eu estava na França quando ele fumou uma nota de 500 francos num programa de TV. Foi processado.

Rita terminou a noite numa delegacia. Glória. Isso diz muito sobre nós.

Todos os palavrões que Rita Lee empregou para se dirigir a PM de Sergipe estavam na boca de boa parte dos jovens brasileiros. Penso no estudante da USP que apanhou de um soldado porque não quis mostrar a carteirinha. Penso em quem assistiu a ação no Pinheirinho. Você sabe: a lista de exemplos é bem maior. Em vários pontos do país o tratamento que a PM dispensa aos jovens provoca revolta e indignação.

Rita Lee nunca teve medo de dizer, em plena ditadura, quando a PM agia à solta: “Roqueiro brasileiro sempre teve cara de bandido…”

Eram outros, tempos, claro. A criminalidade era outra. Bandido queria dizer outra coisa. Por isso era bom, divertido. Sou a favor da PM. Acho que o país precisa de um bom aparato policial, com policiais bem pagos e bem treinados.

Mas está na cara que a PM precisa reaprender a lidar com a juventude.

Parabéns, Rita Lee.