sábado, 21 de abril de 2012

Rita Lee volta com álbum cheio de ironia autodestrutiva

Ao colocar o topo de sua cabeça vermelha para fora da toca, Rita Lee causa correria. Sua decisão em não receber jornalistas para entrevistas é antiga. Faz tudo por e-mail como uma espécie de autocontrole do que diz e do que será publicado. Sua decisão em não fazer mais shows é recente. Diz em tom pouco convincente que quer vagabundear depois de 47 anos, a não ser que peçam por sua volta “com jeitinho”. Sua fala aos jornais tem uma razão clara: divulgar seu disco Reza, um álbum de 14 inéditas que reveza forte pegada rock and roll com faixas de programações eletrônicas. Um feito de cinismos autodestrutivos que Rita não usa só nas músicas. Tanta ironia, reconhece, lhe serve também de proteção. Há algo biográfico em músicas novas como Vidinha (“Tomo ansiolítico em estado crítico, na crise de pânico, Propofol orgânico”)? Ou em Tô um Lixo (“Nem banho tomo mais, dinheiro tanto faz, a cabeça tá um jazz, eu vivo pelos cantos feito bicho, eu tô um lixo”)? Vidinha tem um pé no biográfico humano, não vamos brigar por um detalhe no bolo, sou ghost writer de mim mesma, nessas músicas faço papel da Mulher Esgoto. Apesar de estar com tudo em cima (tô bonitinha sim, nem vem), tenho uma queda pela autodepreciação, uma queda por achar que minha vida sempre foi besta mesmo. Fala sério quando pede proteção em músicas como Reza (“Deus me acompanhe, Deus me ampare, Deus me levante, Deus me dê força”)? E não valem tiradinhas sarcásticas... Bicho, que atire a primeira pedra quem não precisa de proteção. Oh céus, posso saber porque me proíbes das tiradinhas sarcásticas? Queres me cortar as asinhas, justo eu, uma anja que neste exato momento opero o milagre de dar entrevistas... Tá bom, eu paro. Seu jeito de escrever músicas e e-mails parece desviar para o mesmo balde tudo o que pode atingi-la se levado a sério. Esse riso aí virou escudo? Agora me pegastes direitinho... Este ‘desvio’ a que se refere chama-se jiu-jítsu defensivo. Todo mundo mente em entrevistas. É sabido que sou a boba da corte e Maria Bethânia, a rainha. Se tu preferes, sei mentir a sério feito um bom político. Tá bom, eu paro. Quando eu morrer dirás que eu era bacana. E a decisão de nunca mais aparecer em entrevistas ‘ao vivo’ a protege do quê? E eu lá sou mulher de sair de cena com o rabo entre as pernas, Julio Maria? Proteção só a divina, haja naja humana por aí. Mas tu és ateu, creio eu. Deus não precisa que acreditemos nele, nossa raça é arrogante, enfiou na cabeça que é a imagem e semelhança do cara, ele não deve gostar muito disso. Rita, por que afinal decidiu não fazer mais shows? (Foi o que ela anunciou em janeiro) Foram 47 anos non stop na estrada, mereço vagabundar, você não acha? Seu público não merece ao menos um último show que não aquele que acabou na delegacia? (Em janeiro ela foi detida depois de xingar os policiais em Sergipe) Ora ora, não poderia ter sido um final mais roquenrou!!! Esta pergunta é a mais bonitinha. Se você pedir com jeitinho, um beijinho, tô fazendo showzinho, amorzinho. Seu marido Roberto de Carvalho não é injustiçado por aparecer menos do que deveria quando vocês lançam um disco? A verdade é que 70% do trabalho quem faz é o Roberto. O cara simplesmente prefere ficar nos bastidores, eu entendo. Lembra quando seus tios jornalistas diziam que ele não passava de um malandro espertinho e eu a bonitinha otária? Estamos casados há 36 anos. Se aqueles seus tios ainda estiverem vivos, faz um favor pra mim? Manda eles se Fo... Há pouco tempo você dizia que não ouvia mais músicas. Eu menti. Pelo que, ou contra o que, as pessoas devem rezar mais? Não se reza contra, meu filho, rezamos sempre a favor. Estou escrevendo um manual de pragas contra inimigos. Se virar música, vai se chamar Plim! Vire Bosta. Fonte: O Estado de São Paulo

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A Rainha esta com Tudo !!!!!!

Rita Lee: “Alguém imaginou que iria me ver no salto de novo? Grande roqueira e uma das mais importantes artistas do Brasil, Rita Lee lança disco novo, atinge o topo da parada com a música "Reza" e sai da toca para uma sessão fotográfica especial para QUEM. “Não fazia isso há séculos!” Revista Quem; Fotos: Paulo Vainer Rita Lee é uma mulher rara. Ao mesmo tempo em que é uma das mais completas estrelas do rock brasileiro e não sai das paradas desde o fim dos anos 60, é a mais reclusa. Não é fã de badalações ou entrevistas. Sessões fotográficas, então, mais difícil ainda. E, rara que só ela, Rita topou posar para QUEM como não se via há anos: em uma sessão de fotos de moda. “Não fazia isso há séculos! Gosto de figurino, moda, fantasia. São prazeres para mim. Sempre me preocupei com isso em shows”, diz ela, que já teve dias de modelo no início dos anos 70, quando participou dos eventos de moda patrocinados pela Rhodia na Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit). “Era uma delícia. Eles produziam shows, teatro e tinha desfile no meio”, conta a cantora, que foi a protagonista de um musical, Nhô Look, que misturava moda e música. Os anos se passaram, mas o corpinho continua o mesmo: na sessão de fotos para QUEM, Rita, 64 anos, vestiu criações feitas para corpos de modelos de passarela. E os visuais traduzem a roqueira, uma vez que as coleções do inverno 2012 estão cheias de influências pop dos anos 70. “O que eu mais gostei foi o macacão. É lindo! E tem uma coisa de anos 70 e 80, quando usei muito macacão. Até na capa do disco da música Lança Perfume (1980) eu estou vestindo um”, relembra Rita, que ainda brincou com o fato de colocar salto alto para as fotos. “Alguém imaginou que iria me ver no salto de novo? Acho que não usava desde os anos 80. Estava despreparada. Mas dá outra postura, fica mais bonito.” NOVA MÚSICA Com ou sem salto, a roqueira continua no topo. Ela acaba de lançar "Reza", música em que pede “Deus me acompanhe/Deus me ampare/Deus me levante/Deus me dê força/Deus me perdoe por querer/Que Deus me livre e guarde de você” e que está em primeiro lugar de vendas no iTunes brasileiro. A canção não para de tocar nas rádios e na novela Avenida Brasil, da qual faz parte da trilha sonora, e vai ganhar um clipe em breve. E o disco, que tem o mesmo nome, Reza, estará disponível no iTunes a partir de terça-feira (24). O CD, lançado pela Biscoito Fino, chega às lojas logo depois. “Esse disco eu gostei de gravar. Foi na garagem, no estúdio de casa. Um conforto que nunca tivemos. A gente gravava um instrumento, uma voz e dava um mergulho na piscina... Mas não esperava que a música seria tão bem aceita. Então, fico pensando que as pessoas precisam de proteção, não é? Sabe que já teve até milagre? Escreveram para a gente dizendo que precisavam passar em um teste e ficaram ouvindo a música. E deu certo”, conta, aos risos. O álbum foi todo feito com o eterno parceiro e marido, Roberto de Carvalho, que namora (como ela mesma prefere dizer) desde meados dos anos 70. “Eu e Roberto fizemos o disco por puro prazer! A gente demorou dez anos (o último álbum de inéditas foi Balacobaco, de 2003). O casal ficou na rede esse tempo todo, só aproveitando. Compomos sempre, mas não gravamos por um bom tempo. Aí, resolvemos gravar. Foi um ano para acertar tudo, produzir”, diz, mexendo nos cabelos cor de fogo. BIPOLARIDADE O vermelhão dos fios, característico de Rita, pode estar com os dias contados: “Tenho um projeto antigo de parar de pintar o cabelo. Essa tinta vermelha estraga os fios. Usei hena a vida inteira. Mas, depois que o cabelo ficou branco, não pega mais. E a tinta é punk. Uma menstruação. Entro na piscina, sai um rastro vermelho. Tem dias que decido: vou parar. Mas depois volto atrás.” Entre uma foto e outra, Rita checava os recados dos fãs no Twitter. Uma das artistas mais assíduas no microblog, ela garante que o site é uma espécie de terapia para ela. “É a twitterapia mesmo”, afirma Rita, que no mesmo dia tinha criado um novo apelido para si mesma, “mulher lithium”, em referência ao lítio, que é usado entre outras coisas no controle do transtorno bipolar. “Descobri isso faz pouco tempo. Tive a vida inteira essa situação de oscilar entre euforia e depressão. Eu sinto que aconteceram situações de estresse emocional em minha vida e não tinha orientação nenhuma. Quando o médico diagnosticou a bipolaridade, eu fiquei tranquila. Falei: ‘Finalmente alguém me disse o que eu sou’. As peças encaixam. Pode ser uma coisa muito solitária. Tanto na euforia, quanto na depressão. E a twitterapia me deixa com amiguinhos, é uma companhia”, afirma ela, que está tendo acompanhamento médico. “Desde criança tenho esse lado. Tinha uns picos de loucura. Então, é bom os pais ficarem de olho: às vezes, uma criança é muito agitada e com períodos de baixa, que você não sabe o que é. E, por não saber o que tinha, minha vida foi cheia de altos e baixos. Se não era a própria vida, era eu mesma quem causava os altos e baixos”, diz. Rita tranquiliza os fãs, que se preocuparam desde o anúncio do seu afastamento dos palcos (“Mas nunca da música”, frisa), divulgado no começo do ano. “Está tudo bem. Estou em um momento sereno. Estava na hora de parar com os shows. Nem que seja por um bom período sabático. Eu tinha que me dar um tempo. Mas estou gravando, estou por aí.”

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Depois de 9 anos, Rita Lee está de volta com projeto de inéditas. Produzido por Roberto de Carvalho, o álbum traz 14 faixas, sendo 10 delas fruto da parceria de sucesso de Rita e Roberto, que já dura 35 anos. O primeiro single (Reza) título do CD entrou com força total nas FMs de todo Brasil e faz parte da trilha da novela Avenida Brasil. Rita, que declarou recentemente estar se aposentando dos palcos, fala de amor, de terapias, de mau olhado, das mazelas dos tempos modernos, sempre pela lente especial da artista. “Reza” é um disco pop, repleto de sucessos em potencial, como “Tô um lixo”, “Vidinha”, “Rapaz” e “Pistis Sophia”, entre outras. Faixas do CD: 1. Pistis Sophia 2. Reza 3. Tô Um Lixo 4. Divagando 5. Vidinha 6. As Loucas 7. Bixo Grilo 8. Paradise Brasil 9. Rapaz 10. Bagdá 11. Tutti-Fuditti 12. Gororoba 13. Bamboogiewoogie 14. Pow